Feira da torre de TV será removida até 2010

(Foto: Divulgação/internet)

Artesãos não concordam com a mudança, temendo perder a clientela

Depois de anos de discussões e promessas, o projeto de revitalização da Torre de TV saiu do papel e as obras já começam mês que vem. O projeto prevê a construção do novo espaço para os feirantes, abaixo da torre ao lado de onde ficam atualmente as antenas de emissoras de rádio e televisão, que terá 600 barracas e que serão separadas uma da outra. Todas as estruturas serão fixas e padronizadas, feitas de ferro. A feira terá calçadas, urbanização e dois banheiros (um masculino e um feminino). Além disso, há planos de reativar o restaurante panorâmico e a fonte luminosa e também será feito um estudo sobre a estrutura metálica da torre, de acordo com as conclusões, promoverá a reforma.
Sob a responsabilidade da empresa AJL Engenharia e Construções, que venceu a concorrência, o início da reforma está previsto para setembro e custará ao governo R$14,9 milhões, a primeira etapa da obra. Mas a empresa espera que a licitação seja homologada para que o contrato com o governo seja assinado. O prazo de entrega das barracas estipulado pela empresa é de até fevereiro do próximo ano. “Até podemos fazer em um prazo menor, mas dependemos da homologação da licitação e da entrega de materiais”, contou o presidente da empresa, Luciano de Souza Maciel Pires.
Para o superintendente regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Alfredo Gastal, a feira, no local onde ela fica hoje, é uma agressão ao tombamento de Brasília. “Os únicos dois projetos (de arquitetura) do Lucio Costa em Brasília são a Torre de TV e a Rodoferroviária. Com as barracas sendo colocadas atrás da torre, o espaço vai ficar livre e mais agradável”, salientou Gastal, ressaltando que é importante que se realize essa obra a curto prazo e que ela esteja pronta até o aniversário de 50 anos da cidade.
Com a conclusão da obra, o governo local pretende começar a remoção das barraquinhas. Pelos planos do governo, o monumento projetado por Lucio Costa ficará livre da interferência visual das barraquinhas da tradicional feira, mas até o término os artesãos continuarão no local onde estão hoje.
Há mais de 30 anos no local, a artesã Célia Teixeira , 65, que restaura esculturas em gesso e constrói mensageiros do vento de bambu, reclama que com a mudança de local cairá o movimento das vendas. “Vou brigar até o fim para não sair daqui. Ninguém quer largar o ponto para ficar lá embaixo. É claro que não vai ter movimento”, esbravejou a artesã.
As negociações entre o governo e os artesãos para a remoção da feira devem começar neste sábado. Na próxima quinta-feira (13), representantes da Brasiliatur, da Administração de Brasília, da Agência de Fiscalização, da Coordenadoria das Feiras e da Secretaria de Trabalho tem um encontro marcado para discutir como será a transferência. “Queremos dar estrutura para que todos possam estar em uma barraca mais confortável. Hoje, elas mudam o aspecto visual da torre e atrapalham a circulação de pedestres pelo local”, justificou o presidente da Brasiliatur, João Oliveira.

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