Pesquisa mostra que isolamento social pode se espalhar

“Enquanto não atravessamos a dor de nossa própria solidão, continuaremos a nos buscar em outras metades. Para viver a dois, antes, é necessário ser um.” (Fernando Pessoa)

A solidão pode se espalhar entre as pessoas como um resfriado forte, segundo um estudo de três universidades dos Estados Unidos.

A pesquisa realizada pelas universidades de Chicago, da Califórnia e Harvard revela que gradativamente, durante um período de tempo, as pessoas solitárias dividem a solidão com outras, que acabam se afastando dos seus círculos sociais.

"Detectamos um padrão extraordinário de contágio, que leva as pessoas à fronteira da rede social quando ficam solitárias", afirmou o psicólogo John Cacioppo, da Universidade de Chicago.

Antes de cortar os relacionamentos sociais, os solitários transmitem os sentimentos de solidão aos amigos que restaram que em seguida também se isolam do convívio social. “Na periferia (da rede social) as pessoas tem menos amigos, e a solidão destas pessoas ainda as leva a perder os poucos laços que ainda tem”, disse o psicólogo.

Pesquisa

Os cientistas americanos examinaram registros de um estudo realizado desde 1948, no estado de Massachusetts. Originalmente, a pesquisa foi realizada em Framingham e acompanhava cerca de 5.209 pessoas, para avaliar o risco de doenças cardiovasculares.

Ao longo dos anos, o estudo se expandiu e desde então acompanham cerca de 12 mil pessoas, entre filhos e netos do grupo original e outras pessoas. O estudo incluiu também testes com objetivo de medir a solidão e depressão.

Os pesquisadores descobriram que a solidão se espalhou entre vizinhos que eram amigos próximos.