Apesar do aumento do conhecimento da Lei Maria da Penha, a maioria não confia nas pessoas que estão à frente do Estado

Segundo a pesquisa “Percepções e reações da sociedade sobre a violência contra a mulher”, realizada em 2009 pelo Ibope/Instituto Avon, apesar de um expressivo aumento do conhecimento da Lei Maria da Penha de 2008 para 2009, na prática, as pessoas ainda não confiam na proteção jurídica e policial à mulher vítima de agressão.

(Foto: Divulgação)

De acordo com os dados, a maioria dos entrevistados (56%) não confia nas pessoas que estão à frente do Estado, responsáveis por fazer cumprir a lei e proteger a mulher agredida. Apenas 44% acreditam que a lei está tendo efeito positivo e que irá contribuir, de fato, para o fim da violência doméstica.

A pesquisa apontou que a violência dentro de casa é o tema que mais preocupa as brasileiras. Um contingente de 36% acha que esse tipo de violência ocorre por uma questão cultural. Outros 38% atribuem-na ao alcoolismo. As razões pela qual a mulher agredida continua com o agressor são: 24% falta de condições econômicas para sobreviver; 23% citaram a preocupação com a criação dos filhos e 17% acreditam que as mulheres têm medo de serem assassinadas.

“Convivi 20 anos com meu ex-companheiro. Não foram fáceis! Sofri maus tratos e humilhação, tendo como plateia meus filhos, que sofreram também, até o dia que não suportei mais e me separei”, explicou Joana (nome fictício), ressaltando que hoje mantém uma relação pacífica com o ex-marido, em função dos filhos.

Dados do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento revelam que a cada 5 anos, a mulher que sofre violência perde 1 ano de vida saudável.
Os dados ainda apontam que mais de 2 milhões de mulheres são espancadas por ano no Brasil, ou seja, uma em cada 15 segundos.

Para Ana Flávia P.L d’Oliveira, pesquisadora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP, a violência doméstica está associada com patologias reais. “As mulheres em situação de violência tendem a apresentar problemas de saúde de diversos tipos, problemas mentais, depressão e até propensão ao suicídio”.

Dados da pesquisa, realizada pelo Ibope/Instituto Avon, mostram que o caminho para a prevenção da violência contra a mulher parte da educação familiar, pelo endurecimento das leis, por meio de campanhas educativas nas mídias e, sobretudo, na mudança de valores culturais.

“A mídia tem um papel fundamental para a sensibilização da sociedade, pois os meios de comunicação podem mostrar como o problema se apresenta e conscientizar sobre a responsabilização do agressor”, argumentou Carlos Basilia, coordenador de projetos do Instituto Brasileiro de Inovação em Saúde Social (Ibiss) e integrante da Secretaria Executiva do Fórum Permanente de Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes do Estado do Rio de Janeiro, explicando que a partir daí a sociedade passará a denunciar mais e a cobrar a apuração dos casos.




Vídeo extraído do site: www.youtube.com

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